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Relatório aponta áreas críticas para auxiliar na definição de ações que recuperem a competitividade do Brasil

  1. Financiamento

O Brasil é o país com o pior desempenho no ranking do fator Financiamento entre os 18 países avaliados. Apesar de ter reduzido sua taxa de juros básica da economia ao menor patamar em 20 anos, atingindo a meta de 2% ao ano em 2020, permaneceu com a maior taxa de juros real de curto prazo (4,7%) e o maior spread da taxa de juros (26,8%).

  1. Tributação

O segundo pior resultado do Brasil na análise foi no fator Tributação, com a 17ª posição entre os 18 países avaliados. O peso dos tributos foi o terceiro maior, com carga tributária que atingiu quase um terço do Produto Interno Bruto (PIB), de 32,5%, contra uma média de 24,1% para os países selecionados, em 2019. Ao mesmo tempo, o país tem a terceira pior qualidade no sistema tributário, com a avaliação qualitativa mais negativa em processos legislativos e administrativos do sistema tributário.

  1. Ambiente macroeconômico

O Brasil está no terço inferior do ranking no fator Ambiente Macroeconômico, na 16ª posição. O resultado é determinado, sobretudo, pela falta de equilíbrio fiscal, um importante elemento para garantir um ambiente macroeconômico favorável ao investimento, ao lado da estabilidade monetária e do equilíbrio externo. A pandemia teve um efeito sobre a inflação global, levando à aceleração do aumento de preços em praticamente todos os países. No Brasil, a inflação (8,3%) e a dívida (93% do PIB) foram as terceiras maiores em 2021, enquanto a despesa com juros nominais foi a segunda maior (5,2% do PIB).

  1. Ambiente de negócios

O Brasil apresenta um dos três piores ambientes para se fazer negócio entre os 18 países avaliados, na 16ª posição no fator. Na comparação com o ranking anterior, o país registrou melhora em todos os subfatores e pela segunda edição consecutiva avançou uma posição. No entanto, devido à distância do Brasil para os países mais bem colocados, o país permanece no terço inferior do ranking mesmo com a melhora. O resultado brasileiro reflete, principalmente, a falta de segurança jurídica e o excesso de burocracia.

  1. Trabalho

No fator Trabalho, em que sempre alcançou os terços superior e intermediário em edições passadas, o Brasil está na 15ª posição (terço inferior), como reflexo dos impactos da pandemia no mercado de trabalho. O país teve a segunda maior queda no crescimento da força de trabalho em 2021, à frente do Chile, combinada com a segunda menor produtividade na indústria, à frente apenas da Índia.

  1. Infraestrutura e Logística

O Brasil está na 15ª posição no fator Infraestrutura e Logística. Em praticamente todos os modais de transporte avaliados (rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo), com base tanto em variáveis quantitativas como qualitativas (pesquisas de opinião), o Brasil fica no terço inferior do ranking. Apesar da desvalorização cambial ter contribuído para uma melhora no custo da energia elétrica para clientes industriais (US$ 0,13 por Kwh), a diferença para os outros países deixou o Brasil na penúltima posição. Ao mesmo tempo, a qualidade no fornecimento de energia também manteve o país em penúltimo lugar, com perdas de 16,1% da energia gerada.

  1. Estrutura produtiva, escala e concorrência

No fator Estrutura Produtiva, Escala e Concorrência, o Brasil está na 13ª colocação. Apesar de o Brasil ter o 5º maior mercado doméstico e a 11ª estrutura produtiva mais complexa, o país tem a maior barreira tarifária em produtos não agrícolas, desestimulando o aumento da produtividade por meio da concorrência no mercado interno.

  1. Tecnologia e inovação

No fator Tecnologia e Inovação, o Brasil está no terço intermediário do ranking, na 9ª posição entre os 18 países avaliados, o que representa o melhor resultado obtido pelo país entre os nove fatores determinantes da competitividade. Nas duas dimensões avaliadas nesse fator, esforços em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e resultados alcançados, o país está no terço intermediário do ranking.

  1. Educação

No fator Educação, o Brasil está no terço intermediário do ranking, na 10ª posição entre 17 países considerados. Apesar de o país apresentar o maior gasto público em educação (como proporção do PIB), está no terço inferior nos quesitos disseminação e qualidade da educação. Em relação ao ranking passado (2019-2020 revisado), o Brasil avançou nas variáveis de Disseminação da Educação devido à melhora de seus indicadores de número de matrículas: três posições no número de matrículas no ensino médio, ocupando a 10ª posição, e uma posição no número de matrículas no ensino superior, subindo para a 11ª posição. Os avanços, no entanto, foram insuficientes para o país mudar de posição no fator.

 

Entenda a evolução no ranking geral

O ranking geral do estudo é definido a partir da média simples dos resultados alcançados em cada fator. A mudança de posição na lista é sempre uma melhora relativa aos outros países analisados, ou seja, um país pode não ter melhorado em seus fatores de competitividade e ainda assim avançar no ranking em relação ao passado. Isso ocorre quando os concorrentes à frente do país em questão pioram a ponto de suas médias se tornarem menores. Paralelamente, embora um país possa apresentar aumento da média, o crescimento deve ser grande o suficiente em relação aos concorrentes para que avance no ranking.

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