Newsletter



Passo a Passo para criar um Catálogo de Produtos

Um bom catálogo é a fonte única da verdade sobre seus itens: base para preço, compra, engenharia, marketing, comex e logística. Quando o catálogo é raso ou inconsistente, surgem erros de NCM, cálculo ruim de frete, divergências de pedido, atrasos no desembaraço e devoluções.

Abaixo, o guia prático da Logtrade para montar (ou reestruturar) um catálogo que vende mais, reduz retrabalho e suporta operações internacionais.

1) Defina o objetivo do catálogo e os públicos

  • Uso interno: compras, engenharia, P&D, PCP, fiscal/tributário, logística;
  • Uso externo: distribuidores, representantes, marketplaces B2B, clientes finais, aduanas/órgãos;
  • Escopo: apenas SKUs ativos? incluir sob encomenda? peças de reposição? kits?

Saiba quem consome os dados e como (PDF, planilha, API, portal).

2) Modele o dado mestre (PIM)

Crie um modelo de dados com campos obrigatórios por família de produto. Mínimo recomendado:

  • Identificação: Código interno, SKU, GTIN/EAN/UPC, família/linha, variações (cor, tamanho, voltagem);
  • Classificação: Categoria/árvore, NCM/HS por país, origem (país de fabricação), uso de baterias/lítio, Perigoso (ONU/IMO/IATA);
  • Descrições: curta (até 200–300 caracteres) + longa (técnica e comercial), benefícios, aplicações, limitações;
  • Atributos técnicos: dimensões, tolerâncias, materiais, faixas de operação (temperatura, pressão), conformidades (CE, RoHS, UL, INMETRO, ANVISA/ANATEL quando aplicável);
  • Embalagem e logística (ver item 5): níveis de embalagem, pesos, cubagem, empilhamento;
  • Ciclo de vida: status (preview/ativo/descontinuado), substituto, data de revisão;
  • Compliance de conteúdo: laudos, SDS/FISPQ (químicos), fichas técnicas, certificados digitalizados.

Dica: PIM (Product Information Management) + DAM (Digital Asset Management) evitam o “catálogo em 20 planilhas”. Integre ao ERP e WMS.

3) Regras de codificação e governança dos dados

  • Padrão de SKU (ex.: família–material–variante–pack);
  • Controle de versões (revisão técnica e comercial);
  • Workflow de aprovação (engenharia → qualidade → fiscal → comercial);
  • Métricas de qualidade: % de campos obrigatórios preenchidos, tempo médio de publicação de SKU, erros de NCM/retificação.

4) Conteúdo que vende (e não só informa)

  • Benefícios e aplicações por segmento (industrial, hospitalar, alimentos, construção…);
  • USP/tabela comparativa entre modelos;
  • Ativos visuais: fotos 3000×3000, vistas técnica e de uso, vídeos curtos, 3D/STEP quando fizer sentido;
  • Tradução/localização: PT/EN/ES (unidades métricas/imperiais, voltagem, tomada, normas locais).

5) Camadas de embalagem e dados logísticos (o “pulo do gato” para frete e comex)

Para cada nível (unidade, inner, master, pallet):

  • Dimensões e peso bruto/líquido; CBM; peso cubado (regras aéreo/marítimo/rodoviário);
  • Empilhamento/stacking, amarração, sensibilidade (frágil, umidade, temperatura);
  • Barras: EAN-13/14 por nível; marcações e shipping marks;
  • Requisitos especiais: temperatura controlada, data de validade/shelf life, FEFO/lot tracking.

Resultado: cotação de frete correta, melhor planejamento de picking/armazenagem e menos surpresa com demurrage/detention.

6) Camada de preços e condições comerciais

  • Tabelas por mercado/moeda (BRL, USD, EUR), políticas de desconto e MOQ/MOQ por variante;
  • Lead time (produção e trânsito), política de estoque (estoque de segurança/produz sob demanda);
  • Incoterms por canal (EXW/FOB/CIF/DDP) e termos de pagamento;
  • Impostos: destaque tributário para B2B (alíquotas estimadas por UF/país quando aplicável).

7) Compliance e COMEX integrados ao catálogo

  • NCM/HS por destino + notas de exceção; Regimes especiais aplicáveis (Drawback, RECOF/RECOF-Sped, Entreposto);
  • Certificados exigidos por país/segmento (INMETRO, ANVISA, MAPA, FCC/CE, Reach/RoHS);
  • Requisitos de rotulagem e idioma;
  • Documentos associados: COO, fichas técnicas, SDS, laudos — vinculados ao SKU no PIM.

8) Canais de saída e formatos

  • PDF institucional por linha (com spec e aplicações);
  • Planilhas/feeds (CSV/Excel/XML/JSON) por marketplace/cliente, com mapeamento de campos;
  • Portal B2B/API para reps e distribuidores (estoque, preço, ficha técnica atualizada);
  • Catálogos “sob medida” por cliente/mercado, gerados automaticamente do PIM.

9) Processo de implantação (roadmap enxuto)

  • Descoberta: objetivos, canais, dores atuais;
  • Modelo de dados por família e campos obrigatórios;
  • Consolidação das fontes (ERP, planilhas, engenharia);
  • Limpeza e normalização (unidades, listas de valores, duplicidades);
  • DAM: padrões de foto/vídeo/documentos;
  • Governança & workflow (papéis, aprovações, SLAs);
  • Publish para canais (PDF, feeds, portal);
  • Métricas e melhoria contínua.

10) Checklist rápido (para não esquecer)

  • SKU com todas as camadas de embalagem preenchidas;
  • NCM/HS revisado + certificados anexos;
  •  Descrição curta/longa + benefícios e aplicações;
  • Atributos técnicos por família padronizados;
  • Imagens e documentos no DAM com naming padrão;
  • Tabelas de preço, MOQ e Incoterms por canal;
  • Fluxo de aprovação funcionando (PIM ↔ ERP/WMS);
  • Relatórios de qualidade de dados em dia

Um catálogo bem modelado reduz lead time comercial, melhora a acurácia logística e diminui riscos de comex. Mais que “material de vendas”, ele é o sistema central da operação.

A Logtrade ajuda sua empresa a estruturar PIM/DAM, modelar dados logísticos e de comércio exterior, e publicar catálogos consistentes para qualquer canal, do PDF institucional ao feed para marketplace B2B.

 69 total views,  4 views today